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Alimentação ANTI-Cancro

Em Portugal, todos os anos surgem milhares de novos casos de cancro e, é sem dúvida ao nível do cólon, da próstata, da mama, dos pulmões e do estômago que existe maior número de casos.

 

Em Portugal, todos os anos surgem milhares de novos casos de cancro e, é sem dúvida ao nível do cólon, da próstata, da mama, dos pulmões e do estômago que existe maior número de casos.

O cancro é a proliferação anormal de células, ou seja, existe a formação de células novas sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as células velhas não vão morrendo, dando origem ao tumor.

Desta forma, muitos são os fatores de risco que surgem aliados a este processo cancerígeno, nomeadamente o envelhecimento, o tabaco, a luz solar, a radiação ionizante, o álcool, o sedentarismo e/ou o excesso de peso, a alimentação inadequada, determinados químicos e outras substâncias, alguns vírus e bactérias e determinadas hormonas.

É certo que 1/3 das mortes por cancro são atribuídas a hábitos alimentares errados e à inatividade física e que 30% dos cancros estão direta ou indiretamente relacionados com a alimentação. Desta forma, é importante perceber que alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares simples e sal, alimentos carbonizados ou defumados e bebidas alcoólicas, devem fazer parte dos alimentos a evitar na sua alimentação.

Contudo, surgem alguns alimentos apelidados de “antipromotores” de cancro que auxiliam a prevenção da doença e/ou o controlo da mesma, sem prejudicar o seu organismo: alimentos ricos em licopeno; açafrão-da-índia e gengibre; alho, cebola e alho-francês; hortícolas da família das crucíferas; ervas aromáticas; e, frutos de baga.

O licopeno é um antioxidante que se encontra em maior concentração no tomate, melancia, cenoura e manga. Este caroteno estimula o crescimento das células imunitárias e aumenta a sua capacidade de atacar as células tumorais, podendo atrasar a progressão do cancro da próstata.

O açafrão-da-índia e o gengibre possuem na sua composição a curcumina, um pigmento que tem um efeito antioxidante capaz de destruir as células cancerígenas e de impedir o desenvolvimento de diversos tipos de tumores causados por químicos cancerígenos. Estudos recentes verificaram que a curcumina induz a apoptose (destruição programada das células tumorais) e age como quimioprotetor na inibição da formação de metástases em cancros da mama.

Os compostos de enxofre da família das aliáceas (alho, cebola e alho-francês) reduzem os efeitos cancerígenos das nitrosaminas e dos compostos n-nitroso encontrados nos alimentos carbonizados e defumados, estimulando a apoptose no cancro da mama, cólon, pulmão e próstata. É certo que não existem estudos suficientes que demonstrem a contribuição das aliáceas na diminuição do risco de cancro, mas, para evitar a formação destas substâncias, é importante restringir o consumo de alimentos excessivamente grelhados/assados e defumados, como referido anteriormente.

Os hortícolas da família das crucíferas, como os brócolos, a couve-de-bruxelas, a couve-flor, o repolho, contém moléculas capazes de desintoxicar o organismo de certas substâncias cancerígenas e promovem a apoptose de células tumorais. Ainda assim, neutralizam produtos do metabolismo dos estrogénios que promovem o crescimento tumoral, reduzindo o risco de cancro do cólon, da mama, do colo do útero, da cabeça e do pescoço.

As ervas aromáticas como o alecrim, o tomilho, os orégãos, o manjericão e a hortelã, são importantes fontes de antioxidantes e possuem um elevado teor em óleos essenciais da família dos terpenos (o que lhes dá a sua fragrância), que agem sobre uma grande variedade de tumores, reduzindo a propagação das células cancerosas ou provocando a sua morte.

Os frutos de baga (uvas, amoras, mirtilos, morangos e framboesas) são ricos em flavonoides e contêm ácido elágico que estimula os mecanismos de eliminação de substâncias cancerígenas e inibe a angiogénese.

É certo que muita coisa ainda está por ser cientificamente comprovada, mas uma alimentação anti-cancro não apresenta qualquer risco para a saúde, muito pelo contrário, só traz benefícios. Por isso, nunca se esqueça que a ação quimiopreventiva mais eficaz é a alimentação!

 

Adaptado de:

– Oliveira, F. Anti-Cancro, Uma Nova Maneira de Viver. Revista Nutrícias, nº14. Porto, junho-setembro de 2012;

– www.ligacontracancro.pt.

 

 

Carina Ferreira

Nutricionista 2984N