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Quando Iniciar a Diversificação Alimentar do meu Bebé?

É tarefa dos pais proporcionar uma alimentação capaz de assegurar o normal crescimento e desenvolvimento da criança e, simultaneamente, oferecer alimentos com diferentes paladares e texturas, de modo a criar desde cedo hábitos alimentares saudáveis.

É tarefa dos pais proporcionar uma alimentação capaz de assegurar o normal crescimento e desenvolvimento da criança e, simultaneamente, oferecer alimentos com diferentes paladares e texturas, de modo a criar desde cedo hábitos alimentares saudáveis.

Atualmente, as principais organizações mundiais como a Organização Mundial de Saúde, a American Academy of Pediatrics e European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition são unânimes ao recomendar o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses.

Contudo, a diversificação alimentar poderá ter início a partir dos 4 meses de idade, nomeadamente nos bebés que fazem aleitamento misto (materno + fórmula infantil) ou apenas com fórmula infantil.

Esta introdução alimentar não pode ser rígida e tem que ter em conta os fatores sociais, culturais e económicos, a disponibilidade do agregado familiar e as características da criança. No entanto, é importante que os alimentos mais sólidos sejam progressivamente introduzidos até aos 10 meses de idade.

Os “novos” alimentos devem ser administrados com a colher, visto que um dos objetivos da alimentação diversificada é estimular a mastigação. É natural que, de início, o bebé tenha o reflexo de projetar a língua para fora e cuspir, levando muitas vezes os pais a interpretar, erradamente, esse reflexo como uma rejeição ao novo alimento.

O ideal é existir um intervalo de 3 a 6 dias entre a introdução de dois novos alimentos para que a criança aprenda o sabor de cada um e se possam despistar possíveis problemas alérgicos.

Os primeiros alimentos a introduzir na alimentação do bebé são a farinha láctea/não láctea (a partir do 4º mês, mas sem glúten até aos 6 meses) ou o puré de legumes (a partir do 5º/6º mês).

No que diz respeito ao puré de legumes, a batata, a cenoura, a abóbora, a cebola, o alho, o alho francês, a alface, a curgete, o brócolo e a couve branca são os alimentos mais utilizados; contudo, o espinafre, o nabo, a nabiça, a beterraba e o aipo só deverão ser introduzidos a partir do primeiro ano de idade.

A fruta poderá ser introduzida no mesmo período como sobremesa: a maçã e a pera (cozidas ou assadas com casca ou em vapor) e a banana são habitualmente os primeiros frutos a serem utilizados, mas o melão, a meloa, a melancia, a papaia e a manga também podem ser dados.

A introdução de carne e peixe deve iniciar-se aos 6 meses no puré de legumes com porções de 10g, aumentando-se gradualmente até aos 25-30g de carne (frango, peru e coelho) ou peixe (pescada, linguado, solha e faneca) por dia.

Esta oferta pode ser dada apenas numa refeição (almoço) ou dividida pelas duas refeições principais, sendo idealmente oferecido 4 vezes por semana carne e 3 vezes por semana peixe.

A partir do 7º mês poderá adicionar-se a dose recomendada de carne ou peixe a preparados como a farinha de pau ou a açorda e a partir dos 8–9 meses a arroz branco ou massa, cozidos sempre com legumes.

Aos 9 meses de idade, é introduzida a gema de ovo: ¼ da gema na primeira semana, ½ gema na segunda, ¾ na terceira e na quarta a gema inteira, sendo que apenas deve ser consumida 1 gema de cada vez, não excedendo o consumo de 2/3 por semana. É importante lembrar que a utilização da gema numa refeição obriga à ausência de outra fonte de proteína animal (carne ou peixe) e que a introdução da clara é feita só aos 11 meses.

Já o iogurte pode surgir entre os 6 e os 9 meses como substituto de uma refeição láctea ao lanche, devendo ser natural, sem aromas e sem quaisquer aditivos de açúcar ou natas.

Relativamente às leguminosas, a sua introdução deverá ser feita entre os 9 e os 11 meses, mas sempre previamente bem demolhadas, sem casca e em pequenas porções.

Como o sal é um aditivo alimentar, não é recomendada a sua inclusão nos preparados culinários durante o primeiro ano de vida, mas a partir daqui, a alimentação do bebé pode ser a da família, devendo existir algum cuidado com os refogados, os alimentos picantes, os fritos, os doces e os salgados.

Por fim, saliento a importância de todas estas informações, embora o ideal seja que os pais e os seus bebés tenham um ótimo acompanhamento com os profissionais de saúde na área da pediatria, enfermagem e nutrição, garantindo assim os melhores cuidados para ambos.

 

 

Adaptado de:

– Guerra A et al. Alimentação e Nutrição do Lactente. Acta Pediátrica Portuguesa. Vol. 43, nº5. Setembro/Outubro 2012.

 

 

Carina Ferreira

Nutricionista C.P. nº2984N