R chegou à consulta com sintomatologia associada a Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Tinha pensamentos obsessivos seguidos de comportamentos repetitivos (compulsões), como por exemplo, lavagem das mãos recorrente e dificuldade em fazer refeições devido a preocupações com a sua confeção ou com a limpeza dos pratos e talheres.

Eram visíveis as consequências negativas que esta sintomatologia estava a trazer. R. estava a emagrecer rapidamente, estava em constante estado de alerta e a sua irritabilidade já prejudicava a dinâmica familiar.

A intervenção realizada passou muito pela psicoeducação acerca da Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Desmistificámos os pensamentos obsessivos, a sua veracidade e o que estavam a prejudicar. Focámo-nos muito nas consequências negativas que esta perturbação trazia à vida de R..

Ao longo da intervenção, R. foi levando tarefas e desafios para fazer em casa, com o intuito de ir diminuindo as suas compulsões e, consequentemente, interiorizar que era capaz de o fazer.

O objetivo foi sempre diminuir a quantidade de vezes que realizava determinado comportamento e registar como se sentia de cada vez que não cedia à compulsão. Quando tal não acontecia, explorámos as razões e trabalhámos a autoestima no sentido de, da próxima vez, se sentir capaz novamente de não ceder.

Os resultados foram visíveis após algumas sessões. R. percebeu que os seus pensamentos eram apenas isso, pensamentos, e que prejudicavam mais do que protegiam. Quando foi capaz de interiorizar isto, as suas compulsões deixaram de fazer sentido e diminuíram drasticamente.

Ao mesmo tempo, o estado constante de alerta e a preocupação e irritabilidade elevadas foram perdendo força na vida de R.

O seu dia-a-dia tornou-se mais leve e a sua autoestima aumentou porque percebeu que todos os seus esforços atingiram o objetivo final: o seu bem-estar.

Psicóloga Joana Pereira

Cédula profissional 24177